segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Principles of a Past Tomorrow - Seção Review II

Site Rock Garage (Alemanha), nota 8,5 de 10
Review original(em alemão), no link:
http://rock-garage-magazine.blogspot.de/2015/08/lothloryen-principles-of-past-tomorrow.html



Traduzido por Xandão Bueno



"A Lothlöryen, banda brasileira sobre a qual comentamos o último álbum: “Some ways back some more”, despediu-se educadamente do selo alemão Power Prog e agora aventura-se de forma independente! 

Por isso, eu fiquei muito surpreso quando me ofereceram o “Principles of a past Tomorrow” como uma produção independente. Aparentemente, o novo álbum foi lançado apenas no Brasil e só podemos conseguí-lo em nosso país importando ou comprando diretamente no site da banda.
Os jovens dão continuidade em seu novo álbum à sua familiar e habitual mistura do Heavy/Power Metal à sonoridade Folk, de forma semelhante ao que os seus compatriotas do Hybria fizeram em seus álbuns.

O novo trabalho inicia-se com  “ A journey Begins”, uma abertura instrumental que nós temos que relatar, embora não traga nada de especial, é tocada de maneira bem decente.

Herectic Change é então a primeira música, com todas as pausas características e vocais certeiros, no que pensar tratá-la como uma “quase-abertura” não é de todo errado.

Mas é agora que a coisa realmente esquenta, porque as seguintes “God is Many”, “Time Will tell” e Night is Calling” são três absolutos petardos de primeira classe em um curto intervalo.

O atmosférico interlúdio “And Dowland Plays” já nos encaminha para a seção final do disco, que também é válida, com a grande, folk e atmosférica “The Quest is On” e a esmagadora “The Law and the Insider”, ambas peças de primeira classe.

A elas, seguem-se duas músicas, o também interlúdio bem sucedido “Who made the marker” e a  faixa final “Wavery Time”, que não me agradou, o que não é trágico, pois graças às músicas anteriores podemos dizer que temos aqui um álbum de sucesso.

Sugestões de escuta:

Posso citar que “God is Many”, “Time will tell”, “Night is Calling”, “The Quest is On“ e “The Law and the Insider“ são os destaques.

Conclusão:

O que a Lothlöryen fez aqui no final não é muito diferente do apresentado em seu último álbum “Some ways Back Some more”, porém traz canções mais interessantes, a voz do Frontman Daniel Felipe é novamente de alto nível e os elementos folk da banda também estão de volta à bordo.  Partindo desse ponto de vista, eu posso recomendar a compra desse disco sem qualquer remorso.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Principles of a Past Tomorrow - Seção Review I

Site FOLK-METAL.NL (Holanda), nota 8,5 de 10
Review original (em inglês) no link:
www.folk-metal.nl/2015/08/lothloryen-principles-of-a/

Desde que eu adquiri esse tipo de mira laser quando se trata de Folk Metal,  acho bom quando vem algo um pouco fora do meu radar, como é o caso do mais recente lançamento do Lothlöryen, do Brasil. Apesar de ter uma história de 10 anos com inúmeros lançamentos em sua conta, eu não sou super-familiarizado com o seu catálogo, o que é uma vergonha uma vez que este é provavelmente um dos melhores grupos de Proggy-Power Metal em ação lá fora.

Com seu mais recente lançamento "Principles of a Past Tomorrow" eles estão cimentando ainda mais o seu legado com uma versão épica de alta qualidade. Eu não sei se eu necessariamente os considero “Folk Metal” como um todo, suas canções se inclinam mais para bandas como Gamma Ray, Blind Guardian, Lost Horizon, Dream Theater e Hammerfall, mais do que qualquer outra coisa . Power Metal Progressivo eu acho que seria mais preciso. Há alguns toques de Folk? Claro . “God is Many” apresenta alguns violinos, mas é o suficiente para ser uma banda de Folk Metal? Bem, isso realmente não importa muito pois acho que este é simplesmente um álbum divertido de se ouvir. Sem o preciosismo ou a riferama técnica/exagerada de algumas bandas mais progressivas ou canções alegres estilo "hinos" de outras, o equilíbrio do Lothlöryen está nessa linha tênue entre ambos.

Há um belo uso de instrumentação acústica e teclados estilo órgão Hammond em "Time Will Tell", onde você também pode ouvir um toque do velho Iron Maiden. O que acho que eu mais gosto sobre eles é que eles correm alguns riscos e não fazem simplesmente a mesma coisa música após música, mas nunca se distanciam muito de seu som em versões experimentais.

Com uma produção sólida e óbvia musicalidade de cada membro da banda este é um lançamento de qualidade em vários níveis. Tendo construído uma fundação ao longo dos anos de faixas de Power Metal cativantes, eles tem que irromper em um nível maior o qual esperemos que este álbum irá fazer por eles...


Para alguém que está à procura de um bom álbum para ouvir, aqui está simplesmente  um grande Metal Épico e talvez não estando em busca de algo excessivamente técnico e que seja mais acessível, o novo Lothlöryen certamente vai fechar a conta .... Grande álbum.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

PRINCIPLES OF A PAST TOMORROW - Faixa à faixa

Para reinaugurarmos um espaço precioso no contato direto da banda com o público, resolvemos usar o blog para expressarmos nossas próprias impressões sobre o novo álbum. Resolvemos fazer um faixa à faixa sobre o novo álbum, algo já tradicional em nossos últimos lançamentos. Confira: 

por Leko Soares

1 - ...a Journey Begins
Não considero essa música uma introdução convencional. Embora tenha a função clara de introduzir o ouvinte ao clima do álbum e servir como um prólogo ao tema principal, ela também funciona perfeitamente como uma música independente, com início, meio e fim. Na minha opinião, o mais legal da “Journey Begins” são os harmônicos iniciais que  seguem a “Sequência de Fibonacci” e logo de cara, já indicam a junção entre o místico e a ciência, algo presente ao longo de todo álbum.

2- Heretic Chant
É a típica música pra se tocar no início do show. Ela contém os elementos mais Folk Metal que usamos no início da carreira, com uma levada que remonta à ‘Bards Alliance’, faixa do nosso primeiro álbum. Existem, porém, novas nuances ao longo da música que inserem algumas abordagens que a banda não utilizava até então, como a sequência de acordes na ponte antes dos refrãos e os arranjos melódicos mais concentrados nos teclados ao invés de toneladas de guitarras, além, é claro, das linhas de vocal criadas com maestria pelo Daniel e que ajudaram a música a fugir do convencional.

3- God is Many
Foi a primeira música composta para o novo álbum. Ela reúne claramente todos os elementos que nós apresentamos ao longo do ‘Principles’: a veia Hard Rock, o Prog com influências setentistas e é claro, o Folk e o Power Metal. Ainda hoje, considero uma das melhores composições da banda desde sempre.

4 – Time Will Tell
Considero uma das melhores músicas do álbum. Confesso que a decisão de escolhê-la como um single experimental no ano passado talvez não tenha feito justiça à importância dela para o cd, já que na versão final, ela soa muito melhor do que o single. Além disso ela faz muito mais sentido ouvida na sequência do álbum, integrada ao contexto da história. Por que considero ela uma das melhores? Porque ela é riquíssima em detalhes e possui uma dinâmica peculiar que no meu ponto de vista é o que tem deixado alguns ouvidos mais confusos e outros mais encantados.

5 – Manipulative Waves
Me lembro que o riff principal dessa música foi composto em uma noite de bebedeira na antiga república em que o Daniel morava. Fora isso, é bem dahora observar como ela tem sido quase uma unanimidade nas resenhas que saíram até agora. A ‘Manipulative’ foi composta com 100% de intenção de ser uma música explosiva ao vivo e como geralmente eu curto mais ouvi-la quando tomo cerveja, acredito que é um excelente indício de que nos shows ela será matadora, rs.

6 – Night is Calling
Tive sérias dúvidas em relação a inclusão ou não dessa música no álbum. Ainda durante a fase de pré-produção, eu tinha a impressão que faltava um certo “recheio” pra torná-la forte o suficiente pra figurar no álbum. Porém, duas coisas me faziam insistir na música: O refrão, que é quase ingênuo de tão pegajoso e a parte do meio que praticamente virava a música de cabeça pra baixo (isso já desde a fase da demo). Pois bem, convencido por esses dois ‘argumentos’ a incluí-la no álbum, durante as gravações, o Léo, em especial, foi o cara responsável por oferecer aquele tal “recheio” que faltou na pré-produção. Os arranjos de sintetizadores e a introdução genial que o cara criou acabaram por trazer a ‘Night is Calling’ para o século XXI e não só a tornou digna de figurar no álbum, como acabou sendo a escolhida pra ser nosso primeiro video clipe do 'Principles'.

7 – And Dowland Plays
Trata-se de um interlúdio em que o Chrystian Dozza executa a faixa ‘Lachrimae Pavan’, de John Dowland, composição originalmente composta para alaúde. Dentro do contexto da história, não é uma faixa “enche-linguiça”, já que ela simboliza a conclusão entre o encontro de Giordano e o próprio Dowland, na Paris do século XVI. Tentamos projetar a imagem do Dowland tocando em uma taverna já com o sol nascendo, para um bando de bêbados.

8 – The Convict
Pra mim, o mais difícil foi “abraçar a causa” de tornar a ‘The Convict’ uma música Lothlöryen, em sua essência. Tinha sérias dúvidas quanto a isso, mas o riff principal, criado pelo Tim Alan, era forte demais pra ser deixado de lado. Durante a composição das partes de vocal, ficou bem nítido que teríamos que ousar extrapolar nossas referências até então e compor algo mais livre pra chegarmos num resultado que não sacrificasse a música só pra enquadrá-la demais ao estilo da banda. Felizmente, já durante as gravações, nos iluminou a bela sacada de utilizarmos dois refrãos distintos, já que eu tinha uma melodia em mente e o Daniel, outra bem diferente. Ouvindo hoje, me parece que a ideia do refrão mais acústico no final se tornou a ponte necessária entre o novo e o velho estilo Lothlöryen de compor.

9 – The Quest is On
Um pouco antes de lançarmos o álbum, liberamos essa faixa como single. Pra chegarmos a ela como escolhida, enviamos o trampo finalizado para alguns amigos de longa data, que já conhecem bem nossa trajetória e nosso estilo e depois de algumas audições, pedimos opiniões sobre qual música deveria ser o single. A escolha da galera, felizmente, era uma das minhas três pré-selecionadas e após o lançamento e a repercussão, ficou claro, que os caras estavam certos. Na minha opinião, a ‘The Quest is On’ contém a maioria dos elementos que o ouvinte vai encontrar ao longo do álbum. Ela tem um certo acento pop, mas é pesada, Folk e complexa em termos de arranjos, mesmo sendo uma música fácil de sacar.

10 – Who Made the Maker?
É um interlúdio para o que ainda está por vir e a fala do Carl Sagan nessa faixa é um questionamento que se encaixa não só no momento em que ela aparece no álbum, mas como em todo o conceito que tentamos explorar ao longo desse trampo.

11 - The Law & the Insider

Minha música favorita do 'Principles'. Acredito que em todos os álbuns do Lothlöryen as faixas mais complexas e que mais surpreendem ficam guardadas para o fim. Elfic do '...of Bards' e Unfinished Fairytale, do 'Some Ways' são exemplos. Enfim, aqui a história se repete e essa faixa pra mim simboliza o auge criativo em que nos encontrávamos durante as gravações. O mais legal pra mim na 'The Law' são as constantes mudanças de dinâmica e direção que ela oferece. Pra nós que a tocamos, parece uma música de 12 minutos resumidos em 6, devido a quantidade de elementos apresentados ao longo da faixa. A parte lírica também é complexa pois, discorrendo sobre o princípio hermético da Causa e Efeito, ela se enquadra ao mesmo tempo à visão mística proposta pelo Hermetismo, mas também à discussão atual sobre a alienação da massa, algo que temos vivenciado de camarote (ou participado) através da histeria política que nos assola atualmente, principalmente com a pseudo intelectualidade reinante nas redes sociais.

12 – Wavery Time

Acredito que baladas são importantes para a dinâmica de qualquer álbum, ainda mais em se tratando de álbuns de Metal, que atualmente, devido às ‘exigências’ do mercado, acabam muitas vezes padronizando um nível de compressão geral que cansa o ouvinte e não prende tanto a atenção quanto deveria. Pois bem, o papel de uma balada, nesse caso, é trazer dinâmica e descansar um pouco a tempestade sonora na mente do cara que ouve o cd. No caso específico desse novo álbum, nós trabalhamos com picos de dinâmica nas masters, para termos momentos em que a música ‘abaixa’ para pegar fôlego e subir novamente até chegar à superfície do ouvinte, retomando a atenção do cara. Portanto, a balada, nesse caso, não necessariamente serve para quebrar a “tempestade de compressão”, mas para, depois de uma jornada longa e que exigiu a atenção do cara que está tentando acompanhar a viagem do cd,entregar um fim reflexivo e que seja complementar e coerente à trama apresentada. Além do mais, trabalhamos para que o fim do álbum estive em harmonia com o início, formando um ciclo completo. Ou seja, acabou de ouvir o cd, comece novamente e sua perspectiva da segunda vez já será totalmente diferente!